Superfícies de contato
- ACCS
- 28 de mai. de 2018
- 2 min de leitura
por Vitor Pinto

foto Paloma Almeida
A aula do dia 11/05/18 começou com uma dinâmica onde nós tínhamos que interagir com os objetos da sala utilizando os sentidos. Primeiro foi pedido para que parássemos de usar a visão para interação, depois foi pedido para que a descoberta do objeto fosse feita com outras partes do corpo que não a mão. Depois que explorássemos o objeto escolhido de diversas formas, trocamos de objetos com os colegas e assim interagimos com outras partes da sala.
Depois de trocarmos de objetos algumas vezes, papéis foram colocados sobre o nosso corpo para que equilibrássemos sem segurar, sem força, “o cuidado sem o sufocamento”. Depois de equilibrar os papéis sobre o corpo, interagimos com os colegas enquanto equilibrávamos os papéis. Sentindo o corpo do outro com delicadeza e leveza.
Após isso, foi pedido para que, no papel que cuidamos, fizéssemos uma representação de como foi a experiência de interagir com os objetos, os papéis e os colegas. Algumas pessoas representaram isso em desenhos, outras em palavras, dobraduras etc. Depois, organizamos nossas representações em uma composição com as outras e outros papéis em branco e a partir daí, cada um explicou o que representou e o porque, além de relatar um pouco mais sobre como foi a experiência.
Após explicar sobre as representações, abriu-se um espaço de discussão onde os colegas explicaram como foi a experiência do encontro passado. Os relatos foram levantando questões diversas de acessibilidade e preconceito que as pessoas com deficiência sofrem durante a vida, além de estigmas que a sociedade construiu sobre a deficiência.
A discussão tomou um rumo onde fomos levados a pensar no porque de sermos sempre expectadores passivos de uma obra. Por que não interagir? Por que não perguntar?
A aula em seu conjunto me fez pensar em diversas questões sobre sentidos, como por que sempre temos que analisar um objeto com a visão? Por que não com os outros sentidos? Por que o nosso corpo todo não pode ser uma superfície de contato? Além disso, com o espaço de discussão, foi possível pensar em diversos aspectos de acessibilidade e como ela é deixada de lado na nossa sociedade: sempre buscam colocar a deficiência na pessoa, e não no sistema.
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