Se você quiser...

por Paloma Almeida e Virna Lustosa

foto Sthefferson Lima

Sons, cheiros, texturas, cílios coloridos, crianças curiosas e dança. Assim podemos sintetizar, de maneira morfológica, a nossa experiência ativa ao estarmos nos encontrando com o Grupo X, em sua intervenção na praça da piedade, com a proposta performática e reflexiva do “Se você quiser...”. A partir da socialização e integração, nos foi possibilitado adentrar, de modo prático, nas questões teóricas e reflexões feitas em nossos encontros que partem do campo do cuidado e do sensível. Bem como dialogar esses encontros com as ações do Grupo X que, constantemente, subvertem a nossa previsibilidade. O ápice da apresentação foi o momento em que dançamos juntos e livres ao mesmo tempo, uma vez que era inevitável não se contagiar com a música e a dança transmitida nesse instante.

Além disso, perceber as diversas perspectivas e referenciais físicos e subjetivos para contemplar a apresentação, nos remete a importância de analisarmos como somos cercados pela multiplicidade. Desde o referencial de quem estava apenas passando rapidamente pela praça com olhares curiosos, das crianças interagindo e curiosas com toda a movimentação, do senhor divulgando seus livros e pedindo para alguém recitar uma poesia, até mesmo das pessoas em carros parados no trânsito em volta da praça, que puderam ter alguns segundos de afetação e distração em um fim de dia um pouco cinzento, decorrente do outono, mas colorido.

Não só por causa dos figurinos e cenários.

Obs.: a apresentação do espetáculo Se você quiser... contou com audiodescrição