O Outro junto Comigo
- ACCS
- 27 de jul. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de ago. de 2018
Por Natalia Rocha
09 de junho de 2018
Encontro do ACCS na Escola de Dança da UFBA, sala 04
Vendados para desvelar o corpo, os medos, as pulsões, dar visibilidade ao que se esconde, camufla, é pretensiosamente menos importante.
O que o corpo faz com ele mesmo quando se encontra só, sem muletas, sem compensações e o que o corpo faz nessa mesma experiência com o outro?
Vem para o chão, descama as tuas dores, fontes de cordas que prendem a estruturas antigas, rígidas e empoeiradas.
Vem deitar...
Fecha os olhos...
A imagem que se vê, o som que se escuta são, sobretudo, o caldo de verdades encobertas, conflitos, dúvidas, pavores, que de tão internos, aparentes, ficam na angústia deliciosa do silêncio. Silêncio das cores, das luzes, silêncio dos olhos videntes.
Agora descubra a possibilidade de mover sua mão.
Qual o mover que pode sua cabeça sendo ela a cabeça que é?
O meu cotovelo move como? Sabias Tu, das peripécias de uma dura quina?
Atenção com o que sente.
Descobrir o que antes não se sabia porque não era olhado, se olhava mas não via, as vias, os caminhos, aquilo que poderia, podia, poder-se-ia.
Se apoia no outro, um no outro e se equilibra. O papel, a folha, o parceiro, o corpo. Se movam, se desloquem.
O medo do contato, o medo da responsabilidade de se saber responsável pelo. Pelo outro? Só? Responsável pelo outro é também por si?
O demo da incapacidade, da falha, mas não da incapacidade dos “defeituosos” e sim do estado perene, onipresente, irrefutável, incorrigível, de precariedade humana.
Sim, é isso mesmo... no outro... tem que ser no outro... quanto mais eu me apoio no outro e o outro se apoia em mim, mas em equilíbrio posso estar.
Não só o Outro, todavia, o Outro junto Comigo!

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