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NÓS PERDEMOS...

  • Foto do escritor: ACCS
    ACCS
  • 11 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Por Fabiana dos Reis Pereira


Toda vez que um idoso, uma gestante ou uma pessoa com deficiência precisa pedir pra sentar num assento preferencial no transporte público ou ficar em pé porque o assento está sendo ocupado por outra pessoa...


Toda vez que um jovem negro é assassinado numa periferia ou nos grandes centros urbanos porque confundido com um bandido ou estereotipado como...


Toda vez que alguém morre na favela vítima de uma bala perdida...


Toda vez que a negritude é estigmatizada, violentada, menosprezada e excluída...


Toda vez que a juventude recorre à violência, ao roubo ou ao tráfico como tentativa de

subsistência...


Toda vez que a mulher é violentada ou morta simplesmente por ser mulher...


Toda vez que a mulher ganha menos que o homem exercendo a mesma função...


Toda vez que qualquer pessoa da comunidade LGBT é assassinada ou violentada por sua orientação sexual ou gênero...


Toda vez que um paciente morre na fila de espera por falta de atendimento no serviço público de saúde...


Toda vez que as crianças, adolescentes e jovens não têm acesso à educação de qualidade em todos os níveis...


Toda vez que é negado o acesso à educação básica e superior à pessoa com deficiência, cega, surda, ou com uma necessidade educacional especial...


Toda vez que não nos comunicamos com a pessoa surda por não saber a língua de sinais; quando esta é impedida de conhecer a língua ou fazer parte da comunidade surda...


Toda vez que um surdo é obrigado a oralizar ou a fazer uso de qualquer tecnologia na

proposta clínico-terapêutica da surdez...


Toda vez que o indivíduo com deficiência ou cego é impedido de chegar, acessar e ter a

liberdade de se mobilizar com autonomia nos espaços aonde queira...


Toda vez que a universidade estar aquém dos assuntos de interesse dos seus estudantes e da sociedade ao seu entorno...


Toda vez que a universidade se fecha para o acesso das minorias qualitativas da sociedade...


Toda vez que temos um saber colonializado, uma universidade elitista, branca e normativa...


Toda vez que temos uma universidade que se propõe inclusiva, mas, que, dificulta o acesso de pessoas com deficiência...


Toda vez que o nosso preconceito normatiza os corpos das pessoas com deficiência e o que eles podem ou não fazer; ou ainda, quando estes mesmos corpos são impedidos de determinadas práticas como a dança...


Toda vez que o capacitismo se constitui uma barreira atitudinal...


Nós perdemos! Perdemos muito enquanto sociedade, ao longo da nossa história de Brasil, enquanto comunidade ufbiana; e vamos continuar perdendo, enquanto tais realidades continuarem se perpetuando quando damos as costas para as mesmas.



foto Fabiana dos Reis Pereira

 
 
 

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