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Acessibilidade para quem?

  • Foto do escritor: ACCS
    ACCS
  • 11 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Por Jéssica Mariana


“Quando precisa falar disso depois de tanto tempo

Quando a entrada da escola fecha

Quando a EAD não é acessível

Quando eu repito o mesmo texto a mais de 5 anos

Quando minhas colegas acham que eu estou desequilibrado e me pedem calma

Nós perdemos.”

(Edu Oliveira)


Mesmo após frequentar a UFBA a tanto tempo, o professor Edu Oliveira ainda sofre com a falta de estrutura do local para tornar-se acessível para todos. A Escola de dança, seu local de atividade como professor e também artista, possui apenas escadas para acessar o segundo andar. Além disso, a falta de disponibilidade de algumas salas no térreo faz com que a nossa única alternativa seja fazer aula no andar de cima. Pergunto-me: da primeira vez o professor não estava presente, mas e se ele estivesse? O que faríamos? Carregaríamos ele para o segundo andar? Será que isso pode ser visto como solução? O mesmo questionamento faço sobre os ônibus destinados a nos levarmos para o CAP. Será que vamos ter que carrega-lo também?


Não, essa não pode ser uma alternativa viável. A UFBA tem que se tornar acessível para receber não só ele, mas as outras pessoas com deficiência. Ela não pode limitar o acesso ao conhecimento pois vai contra a principal função de uma universidade pública: democratizar o conhecimento.


De fato, algumas conquistas estão sendo realizadas, como a inserção de cotas para deficientes e a adaptação para cadeira de rodas nos BUZUFBAS, o equipamento de áudio descrição no teatro experimental da própria UFBA, mas ela ainda é um local visto como inacessível para muitos.

A FACOM, como relatou o colega na palestra, não possui elevadores. Isso faz com que ele não consiga acessar os pisos superiores, que comporta laboratórios e outras salas de aula. Como já dito, a Escola de dança também não possui elevadores. A falta da obrigatoriedade do ensino de LIBRAS também é um exemplo de falta de acessibilidade para as pessoas surdas. As salas não possuem equipamentos especializados, adaptados ao uso da audiodescrição. Por fim, a falta de preparo acadêmico dos docentes para receber pessoas com deficiência também é uma questão a ser debatida.


Até quando as pessoas vão sofrer esse tipo de limitação por conta da má estrutura que essa universidade possui? Até quando esse tipo de exclusão vai impedir o acesso ao conhecimento por parte dessas pessoas?



Imagem do bate-papo com Matheus (estudante da FACOM), Natalia (estudante de Dança e monitora da ACCS Acessibilidade em Trânsito Poético) e Bruno (professor de LIBRAS da UFBA), realizado no Encontro O que é Isso? Acessibilidade e Universidade

 
 
 

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