A princípio, nós

Por Ayala Oliveira

A princípio nós.

Pés descalços no linóleo.

Todos ao chão...jogados

As ordens eram: abrir ao máximo, fechar ao mínimo

Fui.

A princípio um pouco retida, com vergonha, mas me libertei das coisas que me

prendiam e fui ao chão.

Todos nós em uma mesma vibração

Troca de experiências, liberdade...

DANÇA.

GRITO.

EXPRESSÃO.

Os nós do princípio foram a cada movimento se desfazendo

No fim eu já não era mais nó, era corda solta no meio daquela dança

.

Não esperei alguma coisa da primeira aula, fui sem ideia do que poderia acontecer e foi

muito libertador, uma experiência que jamais esperei viver em um ambiente acadêmico.

Além desse primeiro momento da aula – o qual tentei descrever as minhas sensações

nessa espécie de poema – houve um segundo momento onde sentamos em círculo e

tiramos algumas dúvidas sobre a ACCS, mas nem esse momento, que em outra aula

“comum” seria só mais um momento de conversa, foi só um momento de conversa. Edu

nos tirou da comodidade de nossos corpos e nos fez trocar de lugar imitando seus

movimentos... surpreendente!

Não esperei nada da primeira aula e não espero nada das próximas, quero continuar

sendo surpreendida por esse componente que foge tanto do que conheço de aulas na

universidade.

Imagem da primeira aula da ACCS Acessibilidade em Trânsito Poético, dia 31/08/2018

Diversas pessoas deitadas, em diferentes posições, no no linóleo preto do Teatro do Movimento, da Escola de Dança da UFBA. Ao fundo direito, porta entreaberta por onde passa uma fresta de luz.

Descrição da imagem: Edu O.